“CONTO DE NATAL”
Numa noite muito escura e fria, uma pastora que pernoitava no monte guardando o seu rebanho, pensava:
Ø Pastora – Como era bom estar em casa, no quentinho junto da minha família!... Mas, os lobos são maus e andam por aí, e se me fosse embora era certo que atacavam o meu rebanho.
Enquanto estava com estes pensamentos a pastora reparou que no céu, uma estrela tinha um brilho diferente…
Ø Pastora – Mas o que é isto? Parece um sinal, a estrela vai e vem, está a chamar-me…
Distraída neste seu pensamento, foi andando, andando e quando já estava muito longe, pensou:
Ø Pastora – Ai, o meu rebanho, ai os lobos, estou perdida, não consigo voltar para trás, tenho medo, tanto medo… que faço eu agora? O melhor é seguir a estrela, mas até onde?
Neste seu pensamento, continuou o caminho, ao longe, avistou um clarão, aproximou-se, era uma fogueira e três homens à sua volta.
Ø Pastora – Quem sois vós?
Ø Baltazar – Somos os três Reis Magos: eu Baltazar, o Belchior e o Gaspar, saímos dos nossos reinos em direcção a Belém, mas fez-se noite e perdemo-nos.
Ø Belchior – Disseram que havia um sinal, que nos levava a Belém, onde vai nascer o Menino Jesus.
Ø Gaspar – Mas é de noite, estamos perdidos, vamos chegar atrasados.
Ø Pastora – Se calhar posso ajudar, pensava que estava perdida, caminhei em direcção aquela estrela e cheguei até aqui, talvez seja o sinal…
Juntos caminharam guiados pela estrela, depois de algum tempo a estrela parou sob uma gruta, espreitaram lá dentro e o que viram deixou-os com um sorriso nos lábios, encontraram o que procuravam, ali estavam Maria, José e o Menino, aquecidos pela palha e o calor dos animais, uma vaquinha e um burrinho…
Depositaram os presentes e ficaram a adorar o Deus Menino cantando em conjunto:
Esta noite é noite santa
Esta noite é muito fria
Parabéns ao Deus Menino
Ao José e á Maria.
Entretanto a estrela afastou-se e o dia começou a nascer, os raios de sol envergonhados tentavam romper os céus e como que por encanto o dia aqueceu.
Assim, era dia de Natal, no Jardim da Aranha um grupo de crianças chegou alegre e brincalhão.
Numa algazarra imensa as crianças brincavam felizes com os seus brinquedos novos: jogavam ao berlinde, ao pião, ao elástico, à corda… no meio da brincadeira apareceu um menino, que também tinha os seus brinquedos, aproximou-se dos outros e perguntou:
Ø Criança 1 – Estão a brincar a quê?
Ø Criança 2 – Estamos a divertir-nos com os nossos brinquedos novos, é Natal e o Menino Jesus ofereceu-nos alguma roupa e estes brinquedos. E a ti o que te deu o Menino Jesus?
Ø Criança 1 – O Menino Jesus? A mim não me deu nada, ele é bebé não tem nada para nos dar… tenho prendas mas foi o Pai Natal que me deu.
Ø Criança 2 – O Pai Natal?
Ø Criança 1 – Sim, o Pai Natal é que dá as prendas.
Ø Criança 2 – Não sei quem é, a mim o Menino Jesus é que me deu tudo.
Ø Criança 1 – Como? Se ele é bebé…
Ø Criança 2 – Sim, mas eu deixei o sapatinho na chaminé e de manhã estava lá isto tudo.
Ø Criança 1 – Que estranho!...
Ø Criança 2 – Mas, afinal o que te deu o teu Pai Natal?
Ø Criança 1 – Olha! (e exibiu a sua PSP)
Ø Criança 2 – O que é isso?
Ø Criança 1 – É uma máquina de jogos!
Ø Criança 2 – Jogas com quem?
Ø Criança 1 – Olha, sozinho!
Ø Criança 2 – Não gosto, é estranho, com isso não podemos partilhar brincadeiras.
Ø Criança 1 – É verdade, também acho, posso brincar com vocês?
Ø Criança 2 – Claro que sim, mas primeiro tens que pedir ao teu Pai Natal para te deixar brincar!
Ø Criança 1 – Ao meu Pai Natal? O Pai Natal não é meu, é de todos.
Ø Criança 2 – Ah! Tens mais irmãos? Até podem brincar connosco, é só preciso pedir ao vosso Pai Natal.
Ø Criança 1 – Não estás a perceber, o Pai Natal é de todos, não é meu!!!
Ø Criança 2 – De todos? Não entendo mesmo nada, mas quem é o Pai Natal?
Ø Criança 1 – É um velhote de barbas brancas, gorducho, com uma roupa vermelha e com um saco cheio de prendas.
Ø Criança 2 – Que estranho, gostava de o ver, já o viste?
Ø Criança 1 – Já… mas, espera aí, este ano não vi o Pai Natal, ele costuma descer pelas chaminés ou subir pelas varandas, mas não apareceu…
Ø Criança 2 – E a prenda estava a onde?
Ø Criança 1 – Debaixo da Árvore de Natal, mas o Pai Natal estava onde? Será que ele estava…
Ø Pai Natal – Cof! Cof! Cof! Estou aqui (apareceu adoentado e com uma máscara), atchim! Atchim! Estou com gripe, estou de quarentena, à sete dias que não posso sair, por isso não apareci, agora já estou um pouco melhor…
Ø Criança 1 – Oh, coitadinho… tem gripe A!
Ø Criança 2 – Oh, que simpático, mas estás triste Pai Natal?...
Ø Pai Natal – É verdade, estou triste porque tenho aqui um saco cheio de prendas para aqueles meninos e estou tão atrasado…
Ø Criança 2 – Não te preocupes Pai Natal, vamos ajudar-te.
Ø Criança 1 – Sim, vamos ajudar-te, mas espera, o que tens aí? Espero que sejam brinquedos iguais aos deles, são tão engraçados!!!
Ø Pai Natal – Talvez sim, talvez não, percebo-te bem, queres partilhar, rir e cantar com os teus amigos!!!
Ø Criança 1 – Sim, quero ser feliz, não quero estar sozinho, quero RIR E CANTAR!!!
Brincar no Jardim da Aranha
Giroflé, giroflá
Brincar com os meus amigos
Giroflé, flé flá
Nós podemos partilhar
Giroflé, giroflá
Juntos podemos brincar
Giroflé, flé flá
Viva o nosso Pai Natal
Giroflé, giroflá
Viva esta gente toda
Giroflé, flé flá
Boas festas para todos
Giroflé, giroflá
A todos até p’ro ano
Giroflé, flé flá
FIM
Ano 2009